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Constantinopla

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Constantino, que governou entre 313 e 337, chamou-a de Nova Roma e para lá transferiu a sede do Império romano. A cidade, entretanto logo passou a ser chamada de Constantinopla, em homenagem a seu criador. Constantino morreu em 337 e seus sucessores trouxeram de volta a capital do Império para a península Itálica. Em 395, o Imperador Teodósio, às vésperas da morte, dividiu o Império em duas partes e entregou-as a seus filhos, Honório e Arcádio.

Ao primeiro coube o Império romano do Ocidente, com sede em Milão e depois em Ravena. Ao segundo, o Império romano do Oriente, que passou a ser chamado de Império bizantino a partir do século XIV. Séculos depois, Constantinopla, a capital, foi rebatizada com o nome de Istambul, que conserva até hoje.

Cidade de Istambul na Turquia (hoje)

Menos de um século depois da morte de Teodósio, o Império do Ocidente desmoronou. Em contrapartida o Império do Oriente se manteve relativamente estável e chegou a se expandir entre 527 e 565. Durante o século VII, sob o governo de Heráclito (610-641), o latim foi oficialmente substituído pelo grego como língua oficial do Império romano do Oriente. Com tudo isso, o título latino de “Augusto” dado ao imperador foi substituído por “basileu” que em grego significa ‘rei’.

A fama de Constantinopla devia-se principalmente ao seu intenso comércio. A cidade era o ponto de encontro de pessoas e mercadorias de várias partes do mundo. Conhecida como “Porta do Oriente”, recebia da China a seda. De outras partes do Oriente, como a Índia e o Ceilão, vinham as famosas especiarias (cravo, mostarda, noz-moscada, pimenta-do-reino) e os artigos de luxo. Esses produtos todos mais os brocados ( ricos tecidos de seda), as jóias e as imagens religiosas – artigos fabricados pelos artesãos bizantinos, eram exportados para o Ocidente com grande lucro.

Constantinopla foi a cidade da Europa medieval que melhor impressionou os viajantes do Ocidente.

Constantinopla se tornou conhecida também pela diversidade de povos e culturas que abrigava. Ali falava-se grego, mas nas ruas era comum se ouvir árabe, aramaico, hebraico, persa e outras línguas.

A capital do Império era também importante centro financeiro. Com freqüência, hospedava grande número de estrangeiros que vinham trocar suas moedas pela moeda de ouro bizantina. O império possuía também outras cidades prósperas, como , por exemplo, Alexandria.

Um poder absoluto

No Império bizantino, o poder do imperador era praticamente ilimitado. Segundo a crença da época, esse poder lhe havia sido concedido diretamente por Deus. Não havia separação entre o Estado e a igreja cristã. Embora a figura principal da Igreja fosse o patriarca, que era o cargo mais alto da igreja de Constantinopla, o imperador era seu sumo sacerdote e podia interferir em assuntos religiosos e até nomear o patriarca, a escolha devia ser feita a partir de uma lista tríplice proposta pelos bispos. Mas às vezes, o imperador recusava os três nomes apresentados e indicava uma quarta pessoa, por ser ela de sua inteira confiança. O patriarca além de ser a maior autoridade depois do imperador, era também auxiliar e conselheiro do governo. Por isso se diz que o Império Bizantino era uma teocracia – do grego theo (Deus), kratia (governo). Para os bizantinos, a autoridade, vinda de Deus, devia ser exercida pelo imperador na Terra. Esse tipo de organização do poder, no qual a autoridade política e a autoridade religiosa eram exercidas pelo imperador, ficaria conhecido mais tarde  como cesaripapismo ou cesaropapismo.

No império bizantino, os ícones (imagens pintadas ou esculpidas de Cristo, da Virgem e dos Santos) tinham papel importante: serviam como estímulo para a devoção Os principais fabricantes de ícones eram os monges.

Em 726, o imperador Leão III, descontente com o crescente prestígio e riqueza dos monges, negou a validade dos ícones e mandou destruir a imagem de Cristo sobre o portão do seu palácio. Isto gerou violenta reação popular, que deixou mortos e feridos. Mesmo assim, o imperador proibiu o culto às imagens sagradas e a presença destas nas igrejas. Por isso o imperador e seus seguidores ficaram conhecidos como iconoclastas, aqueles que negam o valor religioso dos ícones.

A proibição do imperador atingiu fortemente os monges, os maiores fabricantes de ícones. Os monges reagiram liderando revoltas populares contra o império. O imperador, por sua vez, passou a perseguir os veneradores de imagens, sobretudo os monges; vários mosteiros foram demolidos, e seus habitantes presos ou mortos. O papa Gregório III interveio na disputa excomungando os iconoclastas. Depois de vários conflitos, a imperatriz Irene restabeleceu o culto às imagens, diminuindo as tensões.

O poder dos imperadores bizantinos sobre assuntos religiosos não era visto com bons olhos pelo papa, chefe da igreja de Roma. Assim pouco a pouco, as igrejas de Roma e de Constantinopla, que antes faziam parte de uma única instituição, foram se afastando uma da outra. Em 1054, o patriarca de Constantinopla rejeitou a supremacia do papa. Em represália, o papa o excomungou. A separação, conhecida como Grande Cisma ou Cisma do Oriente, tornou-se definitiva. Surgiram, então duas igrejas independentes: a igreja cristã do Oriente, mais conhecida como Igreja Ortodoxa, e a Igreja católica apostólica romana.

Na época, o cristianismo dos bizantinos já tinha se diferenciado bastante do que se praticava no Ocidente: a língua da missa era o grego, os rituais apelavam aos sentimentos, e não se aceitava a idéia da existência do purgatório. Este cristianismo peculiar foi se expandindo junto com as fronteiras do império: os bizantinos conseguiram converter alguns povos eslavos,  como os russos e os húngaros, ao cristianismo.

A arte bizantina também é fortemente marcada pela religião. Por isso não é de se estranhar que a decoração das igrejas bizantinas retrate figuras e passagens da Bíblia na forma de pinturas e mosaicos.

Os bizantinos usavam a técnica de mosaicos para decorar o interior das igrejas.  As figuras dos mosaicos são feitas de modo a serem imediatamente reconhecíveis quando vistas à distância. Por isso, só quando nos aproximamos deles é que ficam evidentes as pedrinhas ou vidrinhos usados na sua elaboração. Embora as figuras dos mosaicos pareçam bem simples, a sua construção exige planejamento prévio e paciência.

Os mosaicos tinham o objetivo de envolver o fiel em um clima de religiosidade e de tornar as passagens bíblicas conhecidas mesmo por aqueles que não sabiam ler.

    Detalhe de mosaico bizantino (547-548) da Igreja de San Vitale, em Ravena, Itália, que mostra Justiniano, imperador do Império romano do Oriente (círculo de luz) em torno de sua cabeça era uma forma de representação que reforçava a crença bizantina na divindade do imperador

fonte: BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção História Sociedade & Cidadania. p.36-7.- vol. II. - CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História.  

 

 

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