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O Reino franco e a igreja católica

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Os francos eram um povo formado por tribos que habitavam originalmente o norte da atual Alemanha, lá onde o rio Reno se lança ao mar. Durante o século V, eles se instalaram na Gália na  condição de aliados dos romanos.. Em 481, após a desintegração do Império, um rei de nome Clóvis unificou as várias tribos e fundou ali o reino dos francos.

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fonte: Adaptado de LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente Medieval.v.1,p.67

Em 496, Clóvis tornou-se o primeiro rei franco a se converter ao  cristianismo. No poder, Clóvis, à frente de seus guerreiros, enviou expedições armadas contra outros povos germanos: os alamanos, os borgúndios e os visigodos. Ao vencer esses povos, anexou suas terras e passou a reinar sobre a região onde é hoje a França e parte da Alemanha. Um dos fatores que ajudaram o rei Clóvis nessas conquistas foi sua conversão ao cristianismo e a aliança que estabeleceu com a igreja católica. Após sua morte, em 511, o Reino franco foi dividido entre seus quatro filhos e depois reunificado por duas vezes ao longo do século VII. Clóvis e seus sucessores pertenciam à dinastia dos merovíngios, nome dado em homenagem ao avô,  um personagem lendário chamado Meroveu.

Dois séculos depois, o Reino franco  se viu ameaçado em sua fronteira oeste pelo avanço dos muçulmanos, que conquistaram a península Ibérica em 711. Por essa época, o poder dos reis merovíngios estava enfraquecido, pois os sucessores de Clóvis ocuparam-se principalmente de festas, caçadas e torneios de esgrima; por isso ficaram conhecidos como reis indolentes. Quem realmente exercia o poder era o principal funcionário do reino, o majordomus, que era também chefe da nobreza. Em 732, o majordomus Carlos Martel se colocou à frente do exército franco e venceu os muçulmanos na batalha de Poitiers, fortalecendo, assim, a aliança entre o Reino Franco e a Igreja católica.  Em 751, seu filho  Pepino,  derrubou do trono o último soberano merovíngio, Childerico III, e se fez coroar rei dos francos inaugurando a dinastia carolíngia. Pepino foi reconhecido como  rei pelo papa, que assim tornou legítimo o golpe desfechado. O papa, por sua vez, pediu ao rei franco que o defendesse dos lombardos, povo que também era de origem germânica e que, tendo se instalado na península Itálica, ameaçava assaltar Roma, a sede do papado.

À frente de seus cavaleiros, Pepino invadiu a Itália, derrotou os lombardos que ameaçavam Roma e reconheceu o papa como a maior autoridade daquela cidade. Em seguida presenteou a Igreja católica com parte das terras conquistadas na Itália central. Desta doação, originou-se o Patrimônio de São Pedro, também chamado Estados da Igreja, que permaneceram inalterados por mais de mil anos.

O território do Vaticano, sede da Igreja católica, faz parte das terras doadas.

Alto da Basílica de São Pedro – Vaticano – Roma (atual)

Carlos Magno, filho de Pepino, assumiu o trono dos francos em 768 após a morte do pai, dando continuidade à aliança com o papado e à política carolíngia  de conquista de novas terras.

Em 800, o rei franco deslocou suas tropas até Roma para prestar auxílio militar ao papa Leão III, ameaçado pela nobreza local. Em troca, o papa concedeu-lhe o título de Carlos Augusto, imperador dos romanos que não era dado a ninguém desde 476.

A tentativa de restaurar o antigo Império romano do Ocidente atendia a interesses tanto do rei franco quanto do papa. Para Carlos, o título de “Imperador coroado por Deus” consolidava e dava legitimidade às suas conquistas. Para o papa, a criação do novo império reforçava o poder temporal da igreja de Roma, (poder de governar os seres humanos no sentido político, mas não no sentido religioso) cujo braço armado era o exército do imperador. Ao mesmo tempo, a Igreja católica se fortalecia diante do Império bizantino, com o qual tinha divergências.

Carlos Magno, montou um exército bem organizado, que contava com grandes senhores feudais, bem equipados para a guerra. Valendo-se do uso do cavalo como meio de locomoção e como arma de guerra e da melhoria na qualidade das armas, com o emprego crescente do ferro e do aço, venceu diversos povos como os frisões e os saxões, e formou um imenso império.

A batalha de Roncesvalles

Em 778, Carlos Magno e suas tropas invadiram a península Ibérica com a intenção de tomar a cidade de Saragoça, dominada pelos muçulmanos desde 714. Entre suas tropas encontram-se seu sobrinho, Rolando, conde da Bretanha, e os chamados  Doze Pares de França, membros da nobreza que compunham a guarda pessoal do soberano.

Depois de cercar a idade de Saragoça, Carlos Magno foi surpreendido pela notícia de uma revolta contra seus domínios na Saxônia. Ordenou  então que  suas tropas retornassem ao Reino franco para reprimi-la. Na retirada, precisou defender a retaguarda de suas forças dos ataques muçulmanos. Para garantir essa proteção, foram destacados Rolando e os Doze Pares de França.

Ao chegarem aos montes Pirineus, entretanto, na região de fronteira entre a marca Hispânia e o Reino franco, Rolando e seus companheiros foram atacados de surpresa por guerreiros cristãos bascos. que viam os francos como invasores. Os bascos são indivíduos pertencentes a populações que habitam as províncias espanholas de Navarra, Guipúscoa, Álava e Biscaia e as francesas Baixa Navarra, Lapurdi e Sola na região dos montes Pirineus. Encurralados entre os bascos e os muçulmanos num local chamado Roncevaux (em francês) ou Roncesvalles (em espanhol), Rolando e os Doze Pares foram trucidados.

Este episódio inspirou um poema épico escrito no século XI: La chanson de Roland (a canção de Rolando). Nele a participação dos cristãos bascos no episódio e a morte de Rolando foram omitidas. A figura de Rolando foi transformada em exemplo a ser seguido por todos os cavaleiros medievais.

 

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