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Europeus, africanos e asiáticos

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A descoberta de um caminho marítimo para a Ásia intensificou os contatos entre os europeus e alguns povos africanos e asiáticos. Ao conhecer essas sociedades, muitas muitas vezes os europeus se surpreendiam. Em 1510, os portugueses conquistaram a cidade de Goa, na costa oeste da Índia, e aí instalaram uma feitoria (fortificação primitiva onde eram armazenadas e comercializadas mercadorias). Na ocasião, um marinheiro português fez a seguinte observação.

Estamos convencidos de que somos os homens mais astutos que se pode encontrar, e o povo aqui nos ultrapassa em tudo […] Fazem melhores contas de memória do que nós, e parece que nos são superiores em inúmeras coisas, exceto com a espada na mão, a que eles não conseguem resistir.”

Essa declaração demonstra o sentimento de superioridade dos europeus sendo desfeito pela realidade que encontraram na Ásia do século XVI. Naquela época, as sociedades africanas e asiáticas dominavam muito mais conhecimentos e se organizavam de forma muito mais complexa do que os europeus imaginavam.

Veja nos textos a seguir relatos de viajantes sobre as características das sociedades asiáticas alguns séculos antes do início das grandes navegações européias.

Trecho do livro As Viagens de Marco Polo, 1477


E quando os mensageiros do Senhor têm partido de Cambalic (Pequim), seja qual for o caminho que escolham, e logo que tenham percorrido vinte e cinco milhas, encontram […] aquilo a que nós chamamos posta de cavalos. E nessa posta acha-se um belo palácio, grande e rico, onde se alojam os mensageiros […]
Encontram-se em cada uma dessas postas bem quatrocentos cavalos. […] Sabei em verdade que mais de trezentos mil cavalos existem nessas postas para os mensageiros: e que os palácios […] são mais de dez mil […]
Sabei que o Grande Cã ordenou ainda, e assim se faz, que entre uma posta e outra, seja em qual dos caminhos for, haja, de três em três milhas, um pequeno posto com quarenta casas em redor, onde estacionam homens a pé, que levam as mensagens do Senhor desta maneira: cada um leva  um cinto grande e largo, todo coberto de guizos, afim de, quando vão, serem bem ouvidos de longe; vão assim correndo até ao outro posto, distante três milhas, onde um outro homem, igualmente coberto de guizos, se prepara desde que ouve vir o primeiro e, logo que este chega, recebe o que ele traz […] e sai correndo as seguintes milhas.
Deste modo, o Senhor possui grande quantidade destes homens a pé, que lhe levam mensagens e […] frutos ou outras coisas, distante dez dias de marcha, em um só.

POLO, Marco. O livro de Marco Polo ou A descrição do mundo. Apud: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. v. II. Lisboa: Plátano, s.d., p.22-4

Marco Polo (1254-1324). Nascido em Veneza (atual Itália), de família de mercadores, escreveu um livro sobre a viagem que teria feito com o pai e o tio à China, pela Rota da Seda. Segundo o relato, os Polo chegaram à corte de Cublai Cã por volta de 1274 e permaneceram na China por dezessete anos. De volta a Veneza em 1295, Marco foi capturado por genoveses e preso junto com um escritor que o ajudou a escrever o  livro (trecho acima) que fez sucesso mas que muitos consideraram uma história fictícia e não um relato verdadeiro.

Cublai Cã ou Kublai Khan (1215-1294) Guerreiro mongol, responsável pela dominação e reunificação da China. Como principal conquistador do Oriente, recebeu o título de Grande Cã em 1264. Em 1271, declarou-se imperador da China e fundou a dinastia Yuan.

Rota da Seda

Antiga rota comercial entre a China e a Europa. Originalmente uma rota de caravanas, usada desde c. 100 a.C., esse caminho de 6 400 km começava em Xi’an, na China, acompanhava a Grande Muralha para noroeste, subia os montes Pamir, cruzava a região do atual Afeganistão e seguia para o leste do mar Mediterrâneo, onde as mercadorias eram levadas por embarcações até Roma. A seda era levada para a Europa; a lã, o ouro e a prata para a Ásia. Com o fim do Império romano, a rota se tornou insegura; foi retomada durante o Império mongol, e Marco Polo afirma ter passado por ela no século XII.

Trecho do livro Viagens de Ibn Battuta, 1325-1349


Quando os funcionários […] escrevem Sind [região do Nordeste da Índia] ao Sultão, a carta chega-lhe no espaço de cinco dias, graças ao correio. O correio na Índia é de duas espécies. Quanto ao correio a cavalo, chamam-lhe ‘ulak”. Realiza-se por meio de cavalos pertencentes ao Sultão e estacionados de quatro em quatro milhas.
Quanto ao correio a pé, eis no que consiste: cada milha divide-se em três distâncias iguais a cada terço de milha dão os indianos o nome de alcoru. Em cada alcoru há uma povoação […], no exterior da qual se acham três rendas onde estão sentados homens prontos a partir. Junto de cada um deles está um chicote […], terminado na parte superior por campainhas de cobre.
Quando o correio sai, correndo, leva numa das mãos a carta e na outra o chicote […].  Quando as pessoas postadas nos pavilhões ouvem o ruído das campainhas fazem os seus preparativos para receber o correio e, mal  este chega, um destes toma a carta e parte com a maior velocidade, agitando o seu chicote até chegar à outra povoação. E assim até a carta chegar ao seu destino. Esta espécie de correio é mais rápida que a dos cavalos […].

Quando os informadores chegam ao Sultão para informa-lo da chegada de alguém aos seus Estados, ele fica com pleno conhecimento pela carta. Os que lhe escrevem põem nisso todo o seu cuidado, fazendo saber ao príncipe que chegou um homem, com tal aspecto e vestido de tal maneira. Registram o número dos seus acompanhantes, dos seus escravos, dos seus servidores, dos seus animais de carga; descrevem o seu procedimento em marcha e em repouso e contam todas as suas despesas. Não desprezam nenhum pormenor.

Quando os viajantes chegam a Moltã, que é a  capital de Sind, alojam-se e esperam até que venha uma ordem do Sultão repeitante ao seu recebimento na corte e ao tratamento que lhe será dado. Um indivíduo é aí honrado segundo o que se observa das suas ações, das suas despesas e dos seus sentimentos, pois que se ignoram os seus méritos os seus antepassados.

BATTUTA, Ibn. Viagens. Apud: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, s.d., p. 12-3.

   Abu Abdullah Muhammad   Ibn Battuta (1304-1369). Geógrafo e escritor nascido em Tânger, no atual Marrocos. Viajou por mais de 180 mil km, visitando o Oriente Médio, a Índia, a China, o Saara, o Sudão, a Nigéria. Seus relatos são importante fonte sobre as sociedades que conheceu.

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.

3 :

Anônimo disse...

valewww!!! parabéns pelo blog me ajudou muitãooooooooo.
valeww msms!!! :]

Anônimo disse...

PARABENS ESTA QUESTÃO ESTÁ BEM ELABORADA

Anônimo disse...

obrigada!!! me ajudou muito no meu Trabalho

 

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