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Movimento Operário, Tenentismo e Modernismo no Brasil

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(1917-1930)

No início do século XX o Estado brasileiro era controlado por uma oligarquia, formada principalmente por grandes cafeicultores e industriais do Sudeste. Milhões de brasileiros, apesar de pagarem impostos, quase nada recebiam em troca, pois os benefícios promovidos pelo Estado atingiam apenas os membros da elite.

Essa situação provocou o descontentamento de alguns grupos, como operários e jovens militares. A mesma ânsia de renovação era partilhada por artistas que discordavam dos padrões estéticos adotados no país e propunham um novo tipo de arte.

De diferentes maneiras, todos esses grupos procuraram transformar a realidade brasileira.

Operariado se organiza

Nos primeiros tempos da industrialização no Brasil, a vida dos operários era muito difícil. Eles eram obrigados a trabalhar catorze horas diárias, sem nenhum amparo legal, não recebiam férias nem 13º salário. Os salários eram muito baixos e, para economizar ainda mais, os patrões preferiam contratar mulheres e crianças, que ganhavam menos do que os homens. Com o pouco que ganhavam, os trabalhadores acabavam vivendo em moradias precárias, como cortiços ou porões, e enfrentavam constantes problemas de saúde.

Diante dessa situação, a classe operária começou a se organizar para lutar por melhores condições de vida e de trabalho. No Brasil, essa organização também esteve relacionada à vinda dos imigrantes, que trouxeram e divulgaram as principais idéias do movimento operário europeu, como o comunismo, o anarquismo e o anarcossindicalismo.

Os comunistas achavam que os trabalhadores deveriam formar um partido político para chegar ao poder. Os anarquistas, por sua vez, defendiam o fim do Estado e da propriedade privada. Eles acreditavam que os operários deveriam se organizar em torno de  cooperativas e ligas operárias. Já os anarcossindicalistas entendiam que os trabalhadores deveriam se fortalecer através da formação de sindicatos.

ANARCOSSINDICALISMO

No século XIX essa palavra designava uma tendência do anarquismo que atribuía aos sindicatos o principal papel na luta para romper com a sociedade capitalista.

No século XX a palavra passou a nomear também ações sindicais que valorizavam as tendências contrárias ao Estado e a todo tipo de autoridade centralizada, privilegiando a ação direta (greves, bloqueio de estradas, sabotagens, boicotes e desobediência civil) e a autogestão (ausência de representantes políticos, atribuindo a todos a tomada de decisões).

A colônia de Cecília

A primeira tentativa de experiência anarquista no Brasil foi a criação da colônia Cecília, no município de Palmeira, no Paraná. O italiano Giovanni Rossi conseguiu uma autorização do imperador Pedro II para implantar uma "sociedade nova" no Brasil. Mas quando Rossi e seus companheiros chegaram ao país, no início de 1890, a República havia sido proclamada e as facilidades prometidas aos anarquistas tentaram transformar a colônia Cecília num lugar onde não existia propriedade da terra e onde prevalecia uma cultura livre de leis e da intervenção do governo. No entanto, perseguições políticas, preconceitos e doenças fizeram com que a experiência fracassasse e em 1894 os anarquistas já haviam abandonado a colônia.

Imprensa operária

Nas primeiras décadas do século XX os operários se organizaram em associações, criaram sindicatos e começaram a publicar jornais, com o objetivo de estimular a luta por seus direitos. Um dos jornais mais influentes foi A Plebe, fundado em 1917 pelo anarquista Edgard Leuenroth. Muitos desses periódicos eram escritos em italiano ou em espanhol, pois era grande o número de imigrantes europeus que trabalhavam no Brasil.

O resultado dessa mobilização dos trabalhadores se manifestou rapidamente: em 1907 e 1917 ocorreram no país as duas greves mais significativas até então. A primeira começou em São Paulo e se alastrou pelo interior do estado. A segunda também começou na capital paulista e atingiu o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

Os operários exigiam melhores salários, redução da jornada e reconhecimento de direitos trabalhistas, entre outras medidas. O governo reprimiu violentamente as manifestações. Para enfraquecer o movimento, expulsou do país muitos líderes operários estrangeiros, alegando que ameaçavam a ordem social brasileira.

Em 1922, foi fundado o Partido Comunista do Brasil (PCB), que atraiu muitos anarquistas para suas fileiras e passou a exercer grande influência sobre o operariado. O PCB defendia que o proletariado deveria liderar uma revolução para derrubar o governo capitalista e substituí-lo por um governo operário, controlado pelo partido. Logo depois de sua fundação, o Partido Comunista do Brasil foi posto na ilegalidade.

                                     

A greve de 1917

A greve geral de 1917 (iniciada em 10 de junho) paralisou as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Os grevistas conseguiram grande parte de suas reivindicações. Isso deu tal ânimo aos movimentos operários que nos quatro anos seguintes greves parciais pipocaram em diversas cidades do Brasil.

A greve geral brasileira ocorreu no mesmo ano em que a revolução Russa chocava o mundo e poucos meses antes da implantação do regime socialista na Rússia. Começou em São Paulo, entre os operários de uma fábrica têxtil que reivindicavam aumento de 20% nos salários.

A partir daí foi ganhando adesão de outros trabalhadores, já que pela primeira vez se unificaram as reivindicações. Um mês depois já eram 20 mil grevistas, reprimidos com violência pela polícia, o que só fez aumentar a solidariedade à greve.

Bondes, iluminação pública, casas de comércio aderiram, e a elite paulistana foi tomada de pânico. A radicalização aumentava, de parte a parte, e a greve só foi suspensa no dia 15 de julho, depois que uma comissão de jornalistas resolveu intermediar, promovendo um acordo em que os operários conseguiram suas reivindicações.

Isto é, conseguiram em termos: quatro dias depois recomeçou a agitação, pois muitos patrões não cumpriram o combinado. Dessa vez, as greves ultrapassaram São Paulo e aconteceram também no Rio de Janeiro, em Curitiba e em muitas cidades. Em agosto de 1917 eram 70 mil grevistas em todo país.

Adaptado de CALDEIRA, Jorge et alii. Viagem pela História do Brasil, São Paulo. Companhia das Letras, 1999. Almanaque 10. (CD-ROM).

CARDOSO, Oldimar. coleção Tudo é História. ensino fundamental.

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