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31 de março de 1964

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GOLPISMO

"A única esperança que  meu  país  tem é  uma  mudança de   governo",  disse Júlio de Mesquita Filho, diretor do jornal O Estado de S. Paulo [...] Mesquita afirmou que Goulart está completamente rodeado de assessores que são comunistas ou comunizantes e que estão decididos a assumir o total controle do país. [...]

"Os Estados Unidos têm feito tudo quanto podem, mas enquanto Goulart estiver no poder, seus esforços serão úteis", asseverou Mesquita. O diretor de O Estado de S. Paulo disse que o fim de Goulart poderá ocorrer violentamente, tal como  ocorreu  com  o  ditador Getúlio Vargas em 1945 [...]

Mesquita [...] advertiu sobre o perigo de o Brasil se converter em outro bastião (trincheira) comunista como Cuba. [...] Mesquita aduziu: "Os minutos estão contados. Não há tempo a perder. O Brasil certamente é uma democracia. Nossos problemas são os mesmos dos Estados Unidos".

Presidente Goulart será deposto em breve, (Recorte de jornal - não identificado - anexado a uma correspondência a João Goulart), 19/11/1963.

O GOLPE

Apesar de precisar do apoio popular, o governo Goulart não tomava medidas concretas e decisivas em favor dos trabalhadores. Tinha esperança de que uma reforma agrária assegurasse o desenvolvimento do país e  evitasse uma convulsão social. Enviou, então, ao Congresso um projeto nesse sentido. No entanto, a UDN e o PSD, pressionados pela Confederação Rural Brasileira, que defendia os interesses dos grandes proprietários, rejeitaram o projeto.

Jango quis decretar estado de sítio e, assim, impor as reformas. Tanto a esquerda como a direita recusaram o pedido do presidente.

A tensão geral aumentou ainda mais quando os atritos com os Estados Unidos se acentuaram depois que o governo regulamentou a remessa de lucros enviadas para o exterior. Os que conspiravam contra João Goulart ganharam mais um aliado: o embaixador norte-americano, Lincoln Gordon.

No começo de 1964, o general Castello Branco, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, e Bilac Pinto, líder da UDN, divulgaram um documento denunciando que "o país estava prestes a ser tomado pelos comunistas". Era o alerta preparativo do golpe.

As organizações sindicais e estudantis, como a CGT e a UNE, mais os grupos de esquerda realizaram no Rio de Janeiro um grande comício de apoio a João Goulart. Mais de 200.000 pessoas compareceram, no dia 13 de março de 1964, para ouvir o presidente e vários líderes. Jango assinou alguns documentos comprometendo-se com a reforma agrária e a estatização de empresas de petróleo.

Presidente João Goulart e sua esposa Maria Tereza

Os setores da direta brasileira rapidamente organizaram uma resposta ao comício do governo populista de Goulart. O governador Adhemar de Barros, de São Paulo, deputados, setores da igreja Católica, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a UDN, o PSD e movimentos femininos conservadores organizaram no dia 19 de março, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Essa manifestação foi realizada em São Paulo e teve a participação maciça das classes médias paulistas. Ela criou o clima para a intervenção militar que acabaria  com a "comunização do Brasil".

O governador de São Paulo, o de Minas Gerais e o da Guanabara, assim como o jornalista Júlio de Mesquita, do jornal O Estado de S. Paulo, conspiravam abertamente contra Goulart, junto com os militares. Só não tinham ainda decidido o momento para desfechar o golpe.

A oportunidade surgiu no dia 30 de março de 1964. O presidente João Goulart compareceu a uma cerimônia no Automóvel Clube do Rio de Janeiro, organizada pela Associação dos Sargentos, sob a liderança do conhecido cabo Anselmo. Vários assessores, especialmente Tancredo Neves, haviam desaconselhado Goulart a comparecer à cerimônia.

Para o alto oficialato, Goulart havia se solidarizado com os soldados que haviam quebrado a hierarquia militar, em setembro de 1963, quando se rebelaram, exigindo o direito de candidatar-se a cargos políticos.

De Minas Gerais, o general Olímpio Mourão Filho, comandante da IV Região Militar, deu ordens para que suas tropas marchassem sobre Brasília. Simultaneamente, quase todas as Regiões Militares do país, algumas depois de certa vacilação, aderiram ao golpe.

Praticamente todos os líderes de esquerda e oficiais ligados a João Goulart haviam garantido que qualquer tentativa de golpe seria dominada por um levante popular e de soldados fiéis ao governo. Nada disso aconteceu. Os militares golpistas controlaram rapidamente as pequenas e pálidas manifestações de resistência. No dia 1º de abril,  Jango voou do Rio de Janeiro para Brasília e de lá para Porto Alegre, onde houve uma tentativa de resistência mas já era tarde. João Goulart não era mais presidente do Brasil. Exilou-se no Uruguai.  Como o dia 1° de abril é considerado o dia da mentira, os golpistas escolheram o dia 31 de março para comemorar seu movimento. Iniciava-se o chamado regime de 64.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único. CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental.

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