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Censura após AI-5

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Após a publicação do AI-5, todos os veículos de comunicação precisavam ter sua programação previamente aprovada por agentes do governo. Apesar da censura, as entrelinhas dos jornais e a ironia das charges buscavam brechas para criticar o governo.

 Charge de Ziraldo, publicada no Correio da Manhã, edição de 23/6/1968 

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Para criar uma imagem  positiva do governo, os militares instituíram a censura dos meios de comunicação. A  maior parte dos jornais e revistas estabeleceu autocensura, ou seja, os próprios donos dos meios de comunicação obrigavam os jornalistas a escrever apenas aquilo que iria agradar ao governo.

Violência

[No] dia 12 de dezembro de 1968, [...] a Câmara dos Deputados votou o pedido de licença para que o deputado Márcio Moreira Alves fosse processado, sob a acusação de ter ofendido as Forças Armadas num discurso.

Na sede do Estado, em São Paulo, o diretor de redação, Júlio de Mesquita Filho, acompanhava cada movimento da inquietante situação. Quando recebeu a informação de que a Câmara não daria a licença, sentou-se e terminou de redigir [...] o principal editorial da página 3 do jornal. Sob o título Instituições em Frangalhos, seu texto apontava o impasse em que se encontrava o País, no qual já vigoravam quatro atos institucionais criados pelo regime militar. [...]

O texto desceu logo para as oficinas e a produção do jornal continuou normalmente naquela quinta-feira. [...] Horas mais tarde, porém já na madrugada de sexta-feira, 13, o chefe da PF (Polícia Federal) em São Paulo, general da reserva Sílvio Corrêa Andrade, apareceu nas oficinas do Estado e pediu para ver o jornal. Além das manchetes, leu o editorial escrito pelo diretor do jornal. Não gostou. E naquele mesmo instante determinou a paralisação da impressão e a apreensão dos exemplares prontos. [...]

A censura foi a parte mais visível e constante da violência. Os censores enviados para o jornal na noite do AI-5 permaneceram durante algumas semanas e depois o controle voltou a ser feito por meio de telefonemas e bilhetes. Quando a situação política se tornava mais tensa, eram enviados pessoalmente. Foi assim até 1972, quando chegaram com força e, dessa vez, para ficar.

A presença dos censores na oficina iria durar 863 dias. [...]

A lista de assuntos sujeitos à tesoura  era vasta e incluía qualquer fato que os censores consideravam passível de comprometer a imagem do regime. Em 1973 o Jornal da Tarde (pertencente aos mesmos proprietários de O Estado de S. Paulo) foi impedido de publicar nota sobre uma partida de carne congelada suspeita, importada do Paraguai. Grande parte do noticiário produzida pelo Estado sobre a epidemia de meningite que castigou São Paulo em 1974 também não passou.

O seqüestro, estupro e assassinato da menina Ana Lídia, de 7 anos, ocorrido em Brasília no dia 11 de setembro de 1973, foi outro assunto censurado. Havia suspeitas, nunca confirmadas, de que um dos autores do crime fosse o filho do ministro da Justiça do governo Médici, o professor Alfredo Buzzaid, que controlava a censura.

fonte: Violência abateu-se sobre o Estado na madrugada. O Estado de S. Paulo.

CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental.

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