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A industrialização e o crescimento do operariado brasileiro

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Com a abolição do trabalho escravo e com o chamado surto industrial, o panorama do mundo operário começava a mudar. Os trabalhadores imigrantes, que chegavam em grande quantidade da Europa, iam trabalhar nas fazendas de café, em fábricas de tecidos e oficinas de centros urbanos, como São Paulo.

Uma cidade como São Paulo é um exemplo importante do processo de industrialização. De pequeno núcleo provinciano, com pouco mais de 20 mil habitantes na década de 1870, saltou, em 1920, para quase 600 mil habitantes, transformando-se em uma verdadeira metrópole. Um moderno sistema de transporte e um sistema de eletrificação ajudavam a produção, a circulação e a distribuição de mercadorias, facilitando ainda mais as possibilidades de ganho dos empregados.

As fábricas tomavam conta da paisagem de São Paulo e de outras cidades do Brasil e representavam para o operário uma espécie de "prisão", onde os portões eram vigiados por guardas armados, que revistavam constantemente os trabalhadores.

As condições sanitárias das fábricas eram bastante precárias, e os acidentes com operários, constantes. As tecelagens empregavam em abundância o trabalho infantil e feminino, pois os salários pagos eram menores e os lucros dos empresários, maiores.

Apesar do grande avanço da industrialização e da urbanização, a classe operária representava somente 1% do total da população do país no começo de 1920.

O movimento operário e a greve de 1917

As primeiras organizações operárias surgiram como uma forma de proteção contra a exploração patronal.

Organizavam-se nas chamadas associações mutualistas, para ajuda mútua em caso de doença, acidente e funeral de algum companheiro.

Nos fins do século XIX e começo do século XX, o movimento operário já contava com uma pequena organização partidária: em 1902, por exemplo, foi fundado o Partido Socialista Brasileiro.

O movimento operário possuía várias tendências e uma das mais importantes era representada pelos anarquistas. O anarquismo era uma teoria política que considerava todas as formas de governo repressoras e propunha a substituição do Estado por uma direção coletiva da sociedade. No Brasil, essa tendência política surgiu com a vinda dos imigrantes italianos, de modo geral pequenos artesãos, como sapateiros ou alfaiates.

As condições de trabalho dos operários das fábricas de tecido eram  muito ruins. Por essa razão é que os trabalhadores das fábricas paulistas do bairro da Mooca e do Ipiranga iniciaram uma grande greve, com um objetivo muito claro: melhores condições de trabalho e melhores salários. A paralisação iniciou nas fábricas do Cotonifício Crespi e espalhou-se pelas outras rapidamente.

No dia 9 de julho de 1917, a Força Pública (equivalente à Polícia Militar atual) reprimiu uma passeata de trabalhadores, e na luta um sapateiro anarquista foi morto. No dia 11, o movimento grevista espalhou-se pela cidade em protesto contra a morte do anarquista.

O enterro transformou-se numa verdadeira passeata: foi do Brás até o cemitério do Araçá, do outro lado da cidade.

Os operários e líderes anarquistas organizaram o  Comitê de Defesa Proletária. Em várias ocasiões, os tumultos tomaram conta de bairros, onde os manifestantes saqueavam os armazéns em busca de gêneros de primeira necessidade. A cidade ficou praticamente parada.
Apesar da repressão policial, o movimento resistia. Diante dessa situação, os patrões resolveram negociar e aceitaram várias reivindicações.

O governo da República Velha achava que os operários grevistas deveriam ser tratados como criminosos, pois perturbavam a ordem. Para esses governantes "o problema social era um caso de polícia".

Existia uma legislação que só atendia uma ínfima (insignificante) parcela dos interesses dos trabalhadores.

O movimento operário entrou em crise por causa da severa vigilância e da repressão exercida pelos "donos do poder" da República Velha. A chamada Lei Adolfo Gordo, de 1907, previa a expulsão dos trabalhadores estrangeiros de tendência anarquista que estivessem envolvidos em atividades políticas.

A formação do Partido Comunista

O movimento operário brasileiro recebeu a notícia da Revolução Socialista Soviética de 1917, e, em 1922, sob  sua influência foi criado o Partido Comunista do Brasil. Esse partido nasceu da junção de vários pequenos grupos anarquistas e de outras tendências.

Liderado por Astrogildo Pereira, a maioria de seus militantes fundadores era de operários, mas havia também vários intelectuais.

As leis repressivas elaboradas para combater o movimento militar do tenentismo, atingiram o Partido Comunista. Em julho de 1922, alguns meses depois de sua fundação, o Partido Comunista do Brasil foi obrigado a cair na clandestinidade, só voltando à legalidade em 1927, e assim mesmo por pouco tempo.

PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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