.bookmark{ padding:0px; margin-top:15px; background:#ddd; } .bookmark a:hover { position: relative; top: 1px; left: 1px; } .bookmark img { border: 0; padding:0px; margin-top:15px; } -->

Tamanho da Letra

-A - +A

O Estado Novo

Twit This! |

A política econômica de Vargas

A Revolução de 1930 foi um marco na mudança da economia brasileira. Essa mudança está associada também à crise mundial do capitalismo, iniciada nos Estados Unidos em 1929. O café havia sido o produto responsável pela geração de capitais, que foram aplicados em outros setores da economia, dinamizando e impulsionando a indústria brasileira. No entanto, a superprodução do começo da década de 1930 coincidiu com a crise internacional do capitalismo, diminuindo a capacidade de compra dos tradicionais fregueses do nosso café. Esse é o destino de países de economias exportadoras, principalmente de produtos agrícolas, que ficam sempre dependendo do que acontece no mercado externo.
Entre 1929 e 1932 o preço do café se reduziu a um terço do valor anterior. Como os grandes cafeicultores estavam enfraquecidos pela Revolução de 1930 e pela crise internacional, não tinham mais condições de conseguir empréstimos para financiar as safras de café. O governo provisório de Getúlio Vargas tomou a iniciativa para superar essa situação de crise. Para isso, suspendeu o pagamento de nossa dívida externa, até se chegar a um novo equilíbrio econômico.
Em seguida o governo federal passou a fazer o que era feito anteriormente pelos governos estaduais: valorizar o produto artificialmente, comprando e estocando o produto. Em 1931, foi criado o Conselho Nacional do Café. O governo central comprou mais de 17 milhões de sacas e forçou os cafeicultores a diminuir a produção. Em treze anos (1931-1944), foram retirados do mercado e queimados mais de 80 milhões de sacas de café.
O governo provisório atuou em outras áreas da economia agrícola, criando, por exemplo, o Instituto do Açúcar e do Álcool e o Instituto do Cacau.

O Estado e a Indústria
O setor industrial que se encontrava relativamente estável, foi estimulado com a crise. A nossa moeda, desvalorizada, impedia a importação de certos produtos. O crescimento do mercado interno e as dificuldades de importação impulsionaram a produção no  país. No período anterior a 1930, as indústrias que se desenvolveram no Brasil, principalmente em São Paulo, estavam capacitadas para produzir muito mais. Elas tinham uma capacidade ociosa. Foi isso que permitiu às indústrias atenderem a demanda de um mercado em constante crescimento. Entre 1929 e 1939, a produção industrial cresceu 25%, contra os 20% de crescimento da produção agrícola.
Quanto mais crescia o mercado e a produção industrial mais se ressentiam da falta interna de bens de capital (matérias-primas básicas, máquinas, ferramentas). A importação desses bens era praticamente impossível, pois nossa balança de pagamentos era deficiente (sem reservas em moeda estrangeira) a única solução viável era, portanto, a produção interna com a participação do Estado. Em países como o nosso, em que a acumulação não gerou o grande capital necessário para a expansão das indústrias de base, o Estado  desempenhou um importante papel na economia. A iniciativa privada brasileira não contava com as grande somas de capital necessárias para a implantação de um sistema industrial pesado.
O Estado brasileiro passou a ser o verdadeiro agente da industrialização, o que era definido pelos altos escalões das Forças Armadas, porque achavam ser a única solução para o reequipamento do Exército e da Marinha sem a dependência estrangeira. Os oficiais dos escalões inferiores também defendiam a iniciativa, mas com objetivos nacionalistas, isto é, promoviam a indústria de base nacional. Outra importante condição para a industrialização foi a grande oferta de mão-de-obra, o que, dinamizou o mercado de trabalho.
À medida que a indústria crescia e seus capitais se multiplicavam, eles passaram a ser empregados na própria indústria. Pela primeira vez, a aplicação do capital na industrialização não vinha mais do café, mas sim da própria indústria.
A implantação do Estado Novo, antiliberal, facilitou a atuação do governo na economia. As primeiras áreas atingidas foram as ferrovias, a navegação, o petróleo e depois o aço, que mereceu especial atenção por parte do Estado.
 Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso (BA)

O presidente Vargas teve suficiente habilidade para consultar as classes empresariais  e saber quais as melhores medidas a serem tomadas pelo Estado na indústria pesada do aço. O início das obras da hidrelétrica de Paulo Afonso.e a implantação da usina de Volta Redonda (Companhia Siderúrgica Nacional) foram os pontos básicos do governo de Getúlio em direção a produção do aço brasileiro.
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)  Volta Redonda, RJ, 2005

Para a construção da usina de Volta Redonda, Getúlio Vargas também se mostrou  bastante hábil. Soube tirar proveito das disputas entre o imperialismo americano e o alemão. O governo brasileiro mantinha relações amistosas com a Alemanha nazista. Comprava principalmente armas, das fábricas Krupp, e por isso mesmo, os alemães se mostraram interessados em financiar a construção de uma usina de aço aqui.
A presença dos Estados Unidos em nosso país já era uma tradição, mas Getúlio Vargas assumia uma posição ambígua (incerta, hesitante): dava a entender aos americanos que se aproximava dos alemães, e a estes, que se aproximava dos americanos. Com essa política pendular, Getúlio conseguiu finalmente dos Estados Unidos, através do Eximbank (Banco de Exportação e Importação), um empréstimo de quase 20 milhões de dólares. Isso não queria dizer que os americanos iriam participar dos lucros de Volta Redonda: toda a produção seria do Estado brasileiro. A localização da usina de Volta Redonda foi estrategicamente escolhida por situar-se entre os dois maiores centros industriais do país: São Paulo e Rio de Janeiro, além de ser próxima às jazidas de minério de Minas Gerais.
Nos anos 1940, o total de capital investido na indústria já era de 700 milhões de dólares, uma soma bastante apreciável para os padrões de países de economia dependente. Ainda assim, o Brasil estava muito distante do padrão norte-americano, que por volta de 1860, oitenta anos antes, portanto, tinha cerca de 1 bilhão de dólares investidos na indústria.
PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio volume único.
Assine nosso feed.Receba por e-mail. Obrigado pela visita e volte sempre!

 

©2009 HISTOBLOG - História Geral | Template Blue by TNB