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O governo Costa e Silva

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Em outubro de 1966, o congresso aprovou a indicação para a Presidência da República do general Artur da Costa e Silva, que assumiu em março de 1967. Seu vice foi o civil Pedro Aleixo, deputado federal mineiro filiado à Arena.

Artur da Costa e Silva

No fim de 1967, o governo Costa e Silva começou a sofrer a oposição de Carlos Lacerda, que tinha o apoio de seus antigos inimigos Leonel Brizola e Juscelino Kubitschek. Juntos formaram um grupo chamado Frente Ampla, proibido pelo militares em abril de 1968. A Igreja Católica, que também dera grande apoio ao golpe com as Marchas da Família com Deus pela Liberdade, passou a criticar os militares. O cardeal-arcebispo de Recife, dom Hélder Câmara, que passou a fazer oposição à ditadura, teve um de seus colaboradores assassinado. E a imprensa foi proibida de noticiar qualquer coisa sobre dom Hélder.

Estudantes e operários passaram a organizar passeatas contra o regime militar, mas foram duramente reprimidos pela polícia. Em julho de 1968 ocorreu em Osasco na Grande São Paulo, a primeira greve desde o golpe de 1964, motivada em grande parte pela diminuição do valor dos salários, apesar da queda da inflação.

Com isso, os militares de linha dura, como o general Emílio Garrastazu Médici, exigiram do presidente uma repressão mais radical de todos os rebeldes. Como resultado dessa pressão, em agosto de 1968 a Universidade Federal de Minas Gerais foi fechada e a Universidade de Brasília foi invadida pela Polícia Militar.

Em setembro de 1968, o deputado Márcio Moreira Alves fez um discurso criticando violentamente o governo e os militares. O governo então pediu autorização à Câmara dos Deputados para processar Márcio Moreira Alves, mas a Câmara recusou.

Discurso de Márcio Moreira Alves, 1968

Uma vez que no Brasil de hoje torturar presos inermes parece ser motivo de promoção na outrora honrada e gloriosa carreira militar, pergunto: quando pararão as tropas de metralhar na rua o povo?

Quando uma bota, arrebentando uma porta de laboratório, deixará de ser proposta de reforma universitária do governo? Quando teremos, como pais, aos ver nossos filhos saírem para a escola, a certeza de que eles não voltarão em uma padiola, esbordoados ou metralhados?

Quando poderemos ter confiança naqueles que devem executar e cumprir as leis? Quando não será a polícia um bando de facínoras? Quando não será o Exército um valhacouto de torturadores?

ALVES, Márcio Moreira. 68 mudou o mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 145-52.

 

Dom Hélder Câmara

Dom Hélder Câmara (1909-1999). Cardeal-arcebispo de Olinda e Recife, participou da vida política brasileira durante décadas. A partir de 1964, fez oposição ao regime militar e foi proibido de falar em público no país. Fez muitas conferências no exterior, denunciando a tortura no Brasil. Por isso foi indicado ao prêmio Nobel da Paz.

Emílio Garrastazu Médici

 

Emílio Garrastazu Médici (1905-1985). Militar e político. Alcançou o posto de general do Exército e participou do golpe de 1964. Durante o governo de Costa e Silva, chefiou o SNI (Serviço Nacional de Informações). Assumiu a Presidência da República como sucessor de Costa e Silva. Governou até 1974, durante o período mais violento da ditadura, quando se tornaram comuns a tortura e o assassinato de opositores do regime.

inerme: Que não possui meios de defesa, desarmado, inofensivo.

padiola: Maca portátil que se transportam doentes ou feridos.

esbordoar: Bater com bordão, dar pauladas, espancar

facínora: Criminoso

valhacouto: Abrigo, refúgio, asilo.

CARDOSO, Oldimar. coleção: Tudo é História. ensino fundamental. 

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