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A receita do "milagre econômico" do governo Médici

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O ministro da Fazenda, Delfim Neto, dizia que inicialmente era preciso fazer o bolo crescer e só depois pensar em dividi-lo. Uma  das formas usadas na época para fazer o bolo crescer foi comprimir os salários dos trabalhadores. Segundo um historiador:

Tomando-se como 100 o índice do salário mínimo de janeiro de 1959, ele caíra para 39 em janeiro de 1973. Esse dado é bastante expressivo se levarmos em conta que, em 1972, 52,5% da população economicamente ativa recebiam menos de um salário mínimo.

(Fausto, Boris. História do Brasil. p. 487.)

Logo esse modelo econômico baseado em endividamento externo e na diminuição do salário real da maioria  dos trabalhadores começou a mostrar sua maior fragilidade: o aumento da concentração de renda. O Brasil crescia, mas a diferença entre os mais ricos e os mais pobres também aumentava.

O próprio presidente Médici chegou a dizer: A economia vai bem, mas o povo vai mal.

O fim do "milagre"

Em 1973, último ano do governo Médici, por motivos internos e externos o "milagre econômico" começou a dar sinais de esgotamento.

Internamente, as classes média e alta já não conseguiam comprar a enorme quantidade de mercadorias produzidas pela indústria, e as classes populares, por causa de seus baixos salários, continuavam com um poder aquisitivo reduzido. Externamente, o preço do barril de petróleo aumentou quatro vezes, o que provocou um forte abalo na economia brasileira, cerca de 80% do combustível que o país consumia era importado. Para pagar esse petróleo, o Brasil gastava quase a metade do que conseguia com as exportações.

Conforme palavras de uma historiadora:

O general Médici terminou seu governo (...) recebendo críticas à política econômica, O "milagre" (...) era criticado não só por ter acentuado ainda mais a concentração de renda, mas sobretudo por ter aumentado muito o volume da dívida externa.

(PAES, Maria Helena Simões. Em nome da segurança nacional: do golpe de 64 ao início da abertura. p. 81-2.)

De fato, durante o governo Médici, a dívida externa brasileira saltou de 4 para 13 bilhões de dólares. Ao mesmo tempo que o Brasil passava à condição de décima potência capitalista do mundo, ocupava os últimos lugares quando se tratava de concentração de renda, mortalidade infantil e de acesso à saúde, à educação e ao lazer.

O Trunfo

O grande trunfo da recuperação econômica, no entanto, estava no chamado Sistema Financeiro da Habitação (BNH) que usava os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), destinado à indenização dos trabalhadores, para financiar grandes companhias de construção civil.

Os dois setores - a produção de bens de consumo duráveis e os gastos na construção civil, pública e privada - dinamizavam a economia, resultando em grande crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Essa grande expansão econômica foi acompanhada da concentração ainda maior da renda nacional.

A sucessão de Médici

Não se discutiu a sucessão do general Médici até por volta de 1973, quando seu mandato se aproximava do final. Depois de várias consultas realizadas entre os membros do núcleo do poder, as altas patentes militares, foi apontado o nome do general Ernesto Geisel.

O MDB protestou, lançando a candidatura de Barbosa Lima Sobrinho e de Ulisses Guimarães, sabendo, evidentemente, que jamais seriam eleitos.

Geisel e seu vice, o general Adalberto dos Santos assumiram em 15 de março de 1974. O discurso de posse de Geisel prometia, mais uma vez, a democratização. Mas avisava que ela seria uma  "abertura lenta, gradual e segura".

BOULOS JUNIOR, Alfredo. coleção: História Sociedade e Cidadania. ensino fundamental. PEDRO, Antônio. História da civilização ocidental. ensino médio. volume único.

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