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África: fornecedora de escravos e domínio europeu (Parte II)

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Até o século XV, os contatos com os povos africanos eram feitos pela costa leste africana, região do Mar Vermelho e Oceano Índico, e pelo Deserto do Saara, via rotas comerciais transaarianas. Em meados desse século, a rota de tráfico feita com camelos pelo Saara foi substituída pela rota do Oceano Atlântico feita com caravelas. Nessa época, chegaram as primeiras caravelas portuguesas à costa ocidental da África, buscando comercializar mercadorias (principalmente ouro) e escravos. Elas abriram o continente ao comércio atlântico de escravos, com a exportação de milhões de cativos, inaugurando o chamado "comércio triangular". Por ele, os mercadores ligavam portos europeus à África e à América, comerciando diversos produtos (metropolitanos e coloniais) e africanos escravizados. Dessa forma, o comércio moderno europeu de escravos começou com os portugueses, seguidos pelos holandeses, franceses e britânicos, entre outros.

O tráfico de escravos, também chamado de "comércio de almas", produziu enormes fortunas para as companhias comerciais e seus mercadores. Além disso, envolveu as sociedades locais africanas, integrando-as às transações e aos recursos que circulavam pelo continente, firmando diversas redes de captura e comércio de cativos. Os africanos levavam os escravos até a orla e dali, nas embarcações, era iniciada a travessia atlântica. As condições de transporte eram subumanas, nada diferente do tratamento dispensado na captura e na própria imposição do trabalho.

Com o tráfico atlântico europeu, a escravidão - que já existia no continente africano e que havia recebido impulso com o tráfico anterior realizado por islâmicos - perdeu seu caráter mais doméstico e ganhou um sentido fortemente comercial, fomentado os confrontos interétnicos entre Estados e aldeias e intensificando o aprisionamento de escravos. Mais do que isso, impulsionou o racismo e a inferiorização do negro, considerado mercadoria.

Sobre a amplitude do tráfico negreiro, as estimativas em números permanecem frágeis: o historiador americano Ralph Austen arrisca o número de 17 milhões de pessoas, do século VII ao século XIX, mas reconhece que esse número é relativamente impreciso, estimando a sua margem de erro em mais ou menos 25% (...)

O mesmo ocorre com os chamados "tráficos interiores" a respeito dos quais as informações são repletas de lacunas e as pesquisas pouco numerosas. Contudo, apurou-se que houve também um comércio na escala da África subsaariana: o historiador Patrick Manning afirma que esses tráficos interiores teriam feito 14 milhões de vítimas, capturadas em consequência de guerras entre Estados ou de vastas operações de sequestros. Assim, quando começaram os "traficos atlânticos", um sistema anterior já estava implantado. Conforme lembrava o historiador Fernand Braudel (1902-1985), "o tráfico negreiro não foi uma invenção diabólica da Europa".

GAUTHERET, Jérôme. Tráficos negreiros, escravidão: os fatos históricos. In: Le Monde, Paris.

Exportação de Escravos da África: o comércio atlântico

Período

Número de escravos computados

Porcentagem

1450-1600

409.000

3,6

1601-1700

1.348.000

11,9

1701-1800

6.090.000

53,8

1801-1900

3.466.000

30,6

Total

11.313.000

100,0

LOVEJOY, Paul E. A escravidão na África: Uma história de suas transformações. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 51

fonte:História para o ensino médio. História Geral e do Brasil. Cláudio Vicentino, Gianpaolo Dorigo. ensino médio. volume único.

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